Gripe Aviária: Um Alerta para a Saúde Pública no Brasil

Não é de hoje que ouvimos falar em gripe aviária, e o tema acaba por assustar quem não tem maiores informações sobre o vírus. 

Mas você sabe o que realmente é essa doença? 

Que tipo de doença é essa e quem é afetado por ela? Como se dá a contaminação, e que cuidados devemos tomar para evitar seus malefícios.

Nesse texto vamos explicar um pouco sobre o que é de fato a gripe aviária, e, como se proteger dos seus possíveis danos.

O que é gripe aviária

A gripe aviária, também chamada por estudiosos da área de saúde de H5N1, é um vírus forte, seus sintomas quando contraída por humanos são febre acima de trinta e oito graus, dores de gargante e muscular, tosse, e nos casos fatais, a progressão é rápida para as vias respiratórias, podendo causar pneumonia, convulsões, problemas cardíacos, falência múltipla dos órgãos e até alterações neurológicas. Mas, também é possível que um ser humano contraia a doença e apresente um quadro assintomático.

Apesar do contágio pouco comum em humanos, a fatalidade é considerada grande, já que atinge cerca de 50% dos contaminados com o vírus.

O maior grupo de risco envolve criadores de aves e seus funcionários, e os profissionais da área de saúde envolvidos no combate à proliferação desse vírus.

Esse vírus é um derivado do vírus Influenza, a gripe que atinge os humanos, e se deu em um primeiro momento apenas entre as aves, e teve seu primeiro diagnóstico em 1878. Somente em 1997 o primeiro humano foi diagnosticado com a gripe aviária, em Hong Kong.

A gripe aviária no Brasil

Felizmente, apesar de casos recentes encontrados em meados de maio no Rio Grande do Sul, o Brasil é considerado livre da gripe aviária, e não tem no momento presente, a exportação e venda de produtos derivados de aves domésticas e silvestres restritas, uma vez que sua transmissão não se dá através do consumo de derivados dos animais. Tampouco de humanos para outros humanos, pelo menos enquanto não houver alguma mutação do vírus que permita o contágio.

Porém, como as aves identificadas com sintomas e confirmadas com o vírus da gripe aviária são sacrificadas para evitar proliferação, é pouco provável que as mutações ocorram.

O impacto financeiro que uma epidemia desse tipo pode causar na economia do país é enorme, caso ela se espalhe. Uma vez que somos responsáveis por grande parte do consumo dos produtos de origem avícola em vários países. A perda de um criador que tenha seu aviário contaminado pelo H5N1, termo científico da gripe aviária, é assustadora, já que a transmissão entre animais é muito mais rápida e letal.

A gripe aviária pelo mundo

Por mais de vinte anos a H5N1 vem circulando pelo mundo. O que se sabe de acordo com a Organização Mundial de Saúde é que em todo o planeta foram identificados algo em torno de novecentos casos, sendo a metade deles fatais. 

E em toda América só foram detectados três casos de humanos contaminados, nos Estados Unidos, Chile e Equador até 2022. Mas infelizmente, o vírus já se espalhou para outros países no ano de 2023, e, para agravar o cenário, outros tipos de animais também contraíram o vírus. O H5N1 foi identificado em porcos e gambás – que circulam bastante entre humanos – e também em lontras, ursos e raposas.

Os mais preocupantes casos de disseminação do vírus para outras espécies ocorreram no Peru, onde foi confirmado o contágio e morte de cerca de três mil leões marinhos devido à gripe aviária, e no Chile, que já conta com quase nove mil mamíferos marinhos mortos. Devido a essas notícias das mortes, especialistas chegaram à conclusão que a probabilidade de todos os animais terem sido contaminados apenas por aves é remota, ou seja, os mamíferos espalharam entre seus grupos a doença.

Como prevenir a gripe aviária

Desde que os primeiros casos foram identificados no Brasil, rapidamente as Agências de saúde e cuidados animais se mobilizaram para evitar que o vírus da gripe aviária se espalhasse e chegasse às granjas. 

Os materiais coletados foram enviados à Universidade de Campinas, onde serão feitas as análises necessárias, e onde fica a unidade da Organização Mundial de Saúde Animal.

Desde o início do ano o Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de uma vacina para os humanos, e a boa notícia é que os testes já estão começando.

A contaminação em humanos se dá através do contato com secreções respiratórias e fezes,  e pela água e objetos que também tenham sido contaminados por esse tipo de material. 

Então para quem tem aviários, ou até mesmo pequenas criações de aves, é fundamental evitar a proximidade ou o toque em seus animais sem as devidas proteções como luvas impermeáveis, óculos e máscara, tomar cuidado com água e objetos que possam estar contaminados, e ficar atento aos sintomas. 

Qualquer pequena suspeita de risco de contágio, chame as autoridades responsáveis, na Secretaria de Agricultura ou no Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal.

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